Por que o cuidado com idoso é um desafio para as cooperativas médicas?

Postado em 20 de julho de 2021 às 15:16
Cuidado com idoso

Não é novidade para ninguém que a precaução com a saúde deve ser encarada de forma integrativa, levando em consideração diversos aspectos e situações. Em uma população com longevidade e uma expectativa de vida crescente, a atenção é ainda mais relevante. Mas porque o cuidado com idoso é um desafio para as cooperativas médicas?

Existem inúmeros quesitos que podem ser elencados para justificar essa dificuldade, seja pela ausência das visitas regulares ou até mesmo a falta de mecanismo que busquem o cuidado integral. Entretanto, a cada ano fica mais evidente quais são as ações que precisam ser tomadas para contribuir com esse público. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, o número de idosos no país chegou a 32,9 milhões.

Há alguns anos, o número de idosos já supera o de crianças de até nove anos no Brasil, índice que reforça o cuidado que devemos ter com essa faixa etária. Um estudo realizado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getulio Vargas (FGV Social), durante 2020, mostrou que os idosos já representam 10,53% da população

Após conferir alguns números que evidenciam a longevidade do brasileiro, chegou o momento de conferir as maiores dificuldades no cuidado com idoso. Vamos lá?

Os maiores desafios das cooperativas médicas em relação ao cuidado com o idoso

Quem atua na área sabe que são muitos os desafios que cercam esse tema. A ausência de uma cultura de cuidado integrativo e o alto custo dos atendimentos são só algumas das barreiras do dia a dia. 

Vale ressaltar que os planos de saúde passaram a crescer no Brasil na década de 1970, com a expansão dos empregos e a oferta do benefício para os contratados. De lá para cá, muitas exigências e regras foram criadas, dando início à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e a aprovação da Lei 9656.

Para esclarecer alguns dos desafios do cuidado com idoso, preparamos uma lista com alguns tópicos. Confira: 

Alto custo 

Com as regras e parâmetros que as operadoras começaram a seguir, as despesas com a saúde privada aumentaram, afinal, as instituições deram início a diversas atividades com o intuito de atender os beneficiários.

Avaliando os quesitos econômicos na relação usuário e plano de saúde, incluindo os casos que envolvem cooperativas, o alto custo pode ser o resultado da procura por serviços desnecessários ou por atendimento na manutenção à saúde, fator que gera gastos futuros em possíveis tratamentos. 

Outra situação é o direcionamento excessivo a determinados atendimentos, já que alguns prestadores são remunerados conforme a quantidade de serviços oferecidos.

Para evitar esses casos, existem  dois critérios que podem ser seguidos, sendo eles: 

  • gerenciamento de acesso dos beneficiários aos serviços prestados, nomeados como “forma de acesso”; 
  • e os “fatores moderadores”, compreendidos como a participação financeira dos beneficiários na utilização dos serviços, por meio de franquia ou coparticipação. 

É fundamental compreender que esse mecanismo foi criado para inibir o uso desenfreado dos serviços, contribuindo com a manutenção econômica das instituições. O ideal é o uso dessa mesma solução para orientar e direcionar a população na procura pelo atendimento correto e integral,  melhorando a qualidade de vida e criando uma cultura de prevenção. 

Ausência de uma cultura de cuidado integrativo

Com o avanço do envelhecimento, alguns usuários começam a apresentar diversas doenças crônicas, fator que deve ser acompanhado de perto pelos profissionais da saúde. 

Sendo assim, é importante que esse beneficiário compreenda que o cuidado com a saúde é integrativo, ou seja, pensado em conjunto. O problema é que muitos brasileiros acreditam que apenas o especialista pode consultar e acompanhar o caso, quando os médicos generalistas ou clínico geral também podem abordar diversas queixas — inclusive, de forma bastante resolutiva para a maioria dos casos.

A indicação não é que o usuário seja encaminhado para diversas consultas com várias especialidades diferentes, afinal, essa ação pode prejudicar tanto os beneficiários quanto as operadoras — afetando a nota do IDSS ou aumentando custos, por exemplo. O ideal é que a saúde do idoso seja pensada de forma integrativa na busca pelo melhor tratamento através de jornadas de cuidado planejadas pelas operadoras. Em alguns casos, a oferta excessiva de especialistas na rede assistencial pode tornar-se um grande ofensor dos indicadores de desempenho. Este é o caso de muitas cooperativas médicas do sistema UNIMED, formadas essencialmente por médicos cooperados especialistas. Torna-se necessárias algumas adequações na assistência para a valorização do cooperado e reconhecimento da qualidade assistencial. Este é uma das questões abordadas de maneira estratégica nos trabalhos colaborativos executados pela Blendus com os seus clientes UNIMED.

Prevenção 

Contar com uma cultura de prevenção e cuidado também é um desafio para as operadoras de plano de saúde, já que grande parte dos brasileiros procura atendimento apenas nos momentos em que surgem os sintomas e a preocupação. 

Com a sensibilização sobre a importância da prevenção, é possível ter qualidade de vida e longevidade, além de evitar a sobrecarga financeira das operadoras. 

Sendo assim, é necessário iniciar algumas mudanças no cuidado com idoso, incluindo a profissionalização e educação dos profissionais, mecanismos de pagamento e serviços na rede associada e acesso às informações importantes sobre a saúde na terceira idade. 

Os benefícios da atenção integral para cuidado com idoso

Quando pensamos no modelo ideal de cuidado com o idoso, a primeira palavra que surge é a integralidade. Entretanto, encontrar um modelo de atenção plena, com cuidado de qualidade e com um bom custo-benefício, é um objetivo mundial; já que diversos países, incluindo o Brasil, buscam por uma nova forma de atenção para essa população. 

Em países como o Canadá, o sistema de saúde predominante é financiado pelo governo, por meio do seguro social, com a prestação de serviço privado. A cobertura está disponível para todos os habitantes, sendo regulamentada pelo Canada Health Act. No caso dos idosos, o acompanhamento é realizado por meio das políticas de Home & Continuing Care, o que significa o cuidado em casa e o cuidado contínuo.

Já na Espanha, o Sistema Nacional Espanhol é responsável pelos atendimentos em atenção primária e especializada. Os Estados Unidos também modificaram o acesso ao cuidado, por meio das ACOs, assegurando atendimento primário e encaminhamento dos casos ao serviço especializado.

Vale destacar que ambos os sistemas incentivam o cuidado e a atenção primária, evitando o aumento dos gastos e exaltando a qualidade de vida. 

No Brasil, alguns indicadores ajudam a medir a efetividade do cuidado com o idoso, sendo eles: 

  • número de consultas por médicos generalistas/equipe interdisciplinar; 
  • proporção de idosos com estratificação de risco e avaliação funcional;
  • proporção de idosos com plano de cuidado definido; 
  • número de consultas e procedimentos por risco estratificado.

Para melhorar o cuidado com o idoso e promover o bem-estar, é fundamental pensar nessa população de forma integral, incentivando a prevenção e os cuidados com a atenção primária. Essa é uma saída para evitar o surgimento de doenças e de longos tratamentos. 

Outra possibilidade é o investimento na criação de ambulatórios de atenção primária, atendendo e direcionando os usuários de acordo com cada demanda e as necessidades que são encontradas durante o atendimento. Essa é uma forma de garantir o atendimento adequado e a prevenção. 

O que você pensa sobre o cuidado com o idoso e a atuação das cooperativas médicas? Deixe o seu comentário!





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